PLANO DE CURSO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Escola
Série: 6º Ano do Ensino Fundamental
Ano:
Número total de alunos
Professor: Márcio Alessandro de Oliveira

Justificativa:
O ser humano é dotado de cognição, linguagem e sentimentos. Uma vez que a linguagem verbal, dividida em línguas, é condicionada pela realidade ao mesmo tempo que também influencia o contexto em que é usada, é ela que constitui o sujeito e sua realidade interior. Esta depende do vocabulário e de conhecimentos de mundo (conhecimentos empíricos, do senso comum), aos quais se acrescentam os conhecimentos escolares e enciclopédicos. Um deles é o conhecimento metalinguístico, que se constrói mediante o uso da língua durante o estudo do idioma e de suas normas (os modelos formal e informal da fala e da escrita). Os fenômenos estruturais e funcionais da língua se vinculam à sua taxionomia, de que trata o presente curso.

Objetivos gerais:
Este plano de ensino é norteado pelo desejo de formar cidadãs e cidadãos para uma sociedade democrática, solidária, plural, cooperativa e ética. Para isso, pretende vincular os conteúdos e as habilidades da ementa às realidades interna, externa, social e histórica dos alunos, de modo que possam os discentes interagir com os saberes instituídos e os instituintes, divulgados em textos científicos e outras fontes presentes nas referências deste plano. Os conhecimentos de morfossintaxe revelam o funcionamento do idioma e são amparados por textos literários e não literários. Sem eles, é inviável a criação de possibilidades de letramento e de construção de conhecimentos relativos às normas linguísticas e à ética. Também é esperado que os alunos percebam que a norma culta-padrão descreve cientificamente bem o idioma, embora, infelizmente, ela tente impor um modelo linguístico que ela considera superior aos outros.

1º Trimestre: Unidade I: Revisão, avaliação de sondagem, Fonética, Fonologia, prosódia, ortoepia (ou ortoépia) e ortografia


Objetivos específicos
Conteúdos
N. de aulas
Procedimentos
Recursos
Avaliações
1. reexaminar conteúdos anteriores a fim de estabelecer as diferenças entre os nomes e o verbo;

2. conceituar língua e gramática;

3. mostrar que a língua sofre as variações histórica, geográfica, social e de idade no vocabulário, no sotaque e na sintaxe;

4. conceituar dialeto e idioleto.

1.Apresentação das regras de convivência (acordo de boas maneiras).

2. Diferenças entre o verbo e os nomes; nomes variáveis e nomes invariáveis; flexões nominais: gênero, número e grau; flexões verbais: de número e pessoa e de tempo e modo; as 1ª, 2ª e 3ª pessoas (do singular e do plural); as 1ª, 2ª, 3ª e 4ª conjugações; paradigma de conjugação verbal; introdução aos modos verbais.

3.Língua e gramática.

Aula expositiva dialogada.
Pincel, quadro e fotocópias.
Avaliação de sondagem.
1. estabelecer a diferença entre Fonética (ciência que dá base à Fonoaudiologia) e a Fonologia;

2. apresentar e explicar a distinção entre fone e fonema;

3. enumerar os fones de acordo com a NGB;

4. reconhecer a representação fonológica (diferença entre letra e fonema);

5. reconhecer a sílaba e classificar os vocábulos em monossílabos, dissílabos, trissílabos e polissílabos.

6. mostrar dígrafos e dífonos.
4.Fone e fonema; fonética e fonologia; representação fonológica; vogais, semivogais, consoantes e encontros consonantais; dígrafos e dífonos; fonoestilística; traços suprassegmentais.

5. A sílaba e a separação silábica: os monossílabos, os dissílabos, os trissílabos e os polissílabos;



Aula expositiva dialogada.
Aparelhos audiovisuais para a exibição de dois videoshows de Kokia, que canta Chowa Oto [Sons Harmoniosos], e um documentário sobre o caso Chelsea.

Cópias do texto A arbitrariedade do signo linguístico ou do artiguelho Amarelinho e Laranjão.

Contagem do número de letras e de fonemas.
Leitura do poema LETRAS., de Diógenes Magalhães.

Exercício de correlacionar colunas.

Debates sobre os vídeos.
1. examinar casos de barbarismos e silabadas;

2. conceituar ortoepia, prosódia, acentuação prosódica e acentuação gráfica;

3. admitir que a prosódia é condição e pré-requisito da ortoepia;

4. definir e exemplificar oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.

5. reconhecer casos polêmicos, como glória e história.
5.Ortoepia (ou ortoépia), acentuação prosódica e acentuação gráfica; oxítonas (agudas), paroxítonas (graves) e proparoxítonas (esdrúxulas).

Aula expositiva dialogada.
Pincel, quadro e fotocópias.
Exercícios de fixação.
1. exemplificar vogais e semivogais de acordo com a NGB;

2. ilustrar a monotongação;

3. estudar ditongos, tritongos e hiatos;

4. distinguir dífonos de dígrafos;

5. reconhecer a sílaba e sua separação com hífen;

6. identificar aliterações;

7. reconhecer assonâncias;

8. notar os cacófatos;

9. contar as rimas;

10. perceber a métrica.

6.Encontros vocálicos e encontros consonantais; dígrafos e dífonos nasais; separação silábica com hífen; ditongos, tritongos e hiatos.
7.Procedimentos estéticos dos poetas: aliterações, assonâncias, rimas, cacófatos e métrica.

Aula expositiva dialogada.
Cópias dos poemas Café com pão, de Manoel Bandeira, Violões que choram, de Cruz e Sousa e outros que vierem a ser selecionados.
Escansão dos poemas.

Avaliação formativa oral: maiêutica.
1.      identificar variantes gráficas;
2.      reconhecer que nem sempre o som é confiável;
3.      demonstrar que certas letras, como o, e e x podem representar mais de um fonema;
4.      mostrar alguns usos do hífen;
5.      classificar os homônimos e os parônimos.



8.Questões ortográficas (com um pouco de homonímia e paronímia): diferença entre mas e mais; hífen e uso de certas letras; variantes gráficas (tais como registrar e registar, flauta e frauta e porcentagem e percentagem); uso de certas letras.

Aula expositiva dialogada.
Biblioteca, dicionário comum, Internet, Volp, pincel e quadro branco.
Exercícios de fixação.
1. explicar e exemplificar as nuances que diferenciam os quatro porquês.
9. Os quatro porquês.

Aula expositiva dialogada.
Quaro, pincel e pagador.
Exercícios de fixação.
Revisão para a avaliação trimestral.
Avaliação trimestral.
Recuperação paralela.
Recuperação trimestral.
2º Trimestre: Unidade II: Morfologia

Objetivos específicos
 Conteúdos
N. de aulas
Procedimentos
Recursos
Avaliações
1.      definir raiz e radical;
2.      definir prefixo e sufixo;
3.      expor desinências.
1.Morfemas: radicais, afixos e desinências.

Aula expositiva dialogada.
Pincel, quadro branco e cópias da crônica Os Gatos, de Diógenes Magalhães.
Exercícios de fixação.
1.      exemplificar as derivações afixal, regressiva e imprópria;
2.      demonstrar a aglutinação;
3.      explicar a justaposição;
4.      examinar siglas, outros acrônimos e neologismos.
2.Os tipos de derivação e os tipos de composição; palavras primitivas e palavras derivadas.

Aula expositiva dialogada.
Uma xícara de café e faca de cozinha sem ponta para a parte da derivação imprópria e cópias do poema A louça suja na pia.
Exercícios de fixação.
1.      reconhecer que tudo que não é verbo é nome;
2.      admitir que tudo que não é nome é verbo;
3.      dividir as dez classes em dois grupos: o dos nomes e o do verbo;
4.      dividir os nomes em variáveis e invariáveis;
5.      classificar os verbos em variáveis ou flexíveis em número e pessoa e tempo e modo;
6.      vincular sempre as 1ª, 2ª e 3ª pessoas ao singular e ao plural;
7.      fazer distinção entre desinências nominais e desinências verbais;
8.      apresentar os dois gêneros: o feminino e o masculino;
9.      definir os dois números: o singular e o plural;
10.  expor os graus: o aumentativo, o diminutivo, o comparativo e o superlativo.
3.Introdução às dez classes gramaticais: distinção entre os nomes e o verbo; nomes variáveis e nomes invariáveis em gênero, número e grau; o conceito de verbo, os quatro grupos de conjugação verbal e as flexões número-pessoal e modo-temporal.

Aula expositiva dialogada.
Pincel e quadro branco.
Avaliação formativa oral em forma de maiêutica.
1.      conceituar o verbo;
2.      separar os verbos de acordo com suas terminações (-ar, -er, -ir e –or);
3.      dividir os verbos em regulares, irregulares, defectivos, anômalos, etc.;
4.      relacionar os verbos com as 1ª, 2ª e 3ª pessoas.
4.O verbo: suas conjugações e suas classificações mórficas (regulares, irregulares, etc.); as 1ª, 2ª e 3ª pessoas.

Aula expositiva dialogada.
Pincel e quadro branco.
Exercícios de fixação.
1. apresentar, explicar e exemplificar os modos subjuntivo, indicativo, imperativo afirmativo e imperativo negativo;
2. vinculá-los aos tempos verbais;
3. dividir os tempos em primitivos e derivados;
4. agrupar os tempos de acordo com o número de modos verbais.
5.Os modos verbais: o indicativo, o subjuntivo, o imperativo afirmativo e o imperativo negativo; seus respectivos tempos verbais.

Aula expositiva dialogada.
Pincel e quadro branco.
Avaliação formativa: exercícios de fixação.

Cada grupo conjugará verbos dentro do modo verbal que lhe terá sido designado em sorteio.
1.                identificar o infinitivo;
2.                reconhecer o gerúndio e seus usos;
3.                reconhecer os particípios regular e irregular;
4.                reconhecer o infinitivo pessoal.
6.As formas nominais do verbo: o infinitivo, o gerúndio e o particípio; particípio regular e particípio irregular.

7. O infinitivo pessoal.

Aula expositiva dialogada.
Pincel e quadro branco.
Exercícios de fixação.
Revisão para a avaliação somativa trimestral.
Avaliação somativa trimestral.
Recuperação paralela.
Recuperação trimestral.

3º Trimestre: Unidade III: Morfossintaxe e Semântica

Objetivos específicos
Conteúdos
N. de aulas
Procedimentos
Recursos
Avaliações
1.                conceituar o substantivo;
2.                apresentar e exemplificar os tipos de substantivo;
3.                apresentar substantivos simples e compostos;
4.                explicar a pluralização dos substantivos compostos;
5.                explicar as outras flexões nominais a ele inerentes.
1.O substantivo, suas classificações e suas flexões; regras de pluralização.

Aula expositiva dialogada.
Pincel, quadro e apagador.
Avaliação formativa em forma de exercício.
1.      conceituar o artigo;
2.      apresentar a divisão dos artigos;
3.      mostrar seu poder de substantivação e determinação nas flexões do substantivo na relação entre determinante e determinado.
2. O artigo: o determinante do sintagma.

Aula expositiva dialogada.
Pincel, quadro e apagador.
Avaliação formativa em forma de exercício.
1. conceituar o adjetivo;
2. apresentar suas flexões;
3. vinculá-lo ao substantivo como modificador;
4. apresentar os gentílicos.
3.O adjetivo: um modificador dentro do sintagma.

Aula expositiva dialogada.
Pincel, quadro, apagador e cópias do texto Porco passageiro.

Cópias do texto sobre o escudo de Aquiles.

Cópias do início de O Guarani.
Avaliação formativa em forma de exercício.
1. conceituar o advérbio;
2. dividi-lo e classificá-lo;
3. mostrar que quase sempre é inflexível;
4. mostrar que modifica o adjetivo, o verbo e outro advérbio.
4.O advérbio: outro modificador dentro do sintagma.

Aula expositiva dialogada.
Pincel, quadro e apagador.
Avaliação formativa em forma de exercício.[1]
1.      definir o pronome;
2.      identificar os pronomes retos;
3.      identificar os oblíquos (tanto os tônicos quanto os átonos);
4.      reconhecer os demonstrativos;
5.      aprender os possessivos;
6.      demonstrar o funcionamento dos relativos;
7.      exemplificar a uniformidade de tratamento dentro do registro erudito;
8.      estabelecer as diferenças entre o mim, o eu e o me num estudo de casos.
5.Os pronomes e a uniformidade de tratamento; suas relações com o verbo.

Aula expositiva dialogada.
Pincel, quadro e apagador.

Cópias de ofícios e cartas comerciais.
Avaliação formativa em forma de exercício.
1. exemplificar o numeral cardinal;
2. mostrar o ordinal;
3. ensinar os multiplicativos e os fracionários.
6.O numeral, outro determinante.

Aula expositiva dialogada.
Quadro e pilot.
Avaliação formativa em forma de exercício.
1. conceituar a preposição;
2. mostrar suas contrações com o artigo;
3. examinar locuções prepositivas.
7.A preposição

Aula expositiva dialogada.
Quadro e pilot.
Avaliação formativa em forma de exercício.
1. conceituar a interjeição;
2. exemplificar a interjeição e as locuções interjetivas.
8.A interjeição

Aula expositiva dialogada.
Quadro e pilot.
Avaliação formativa em forma de exercício.
1. mostrar a conjunção como conectivo invariável da categoria dos nomes;
2. apresentar e ilustrar as principais relações de significado e sentido por ela estabelecidas.
9.A conjunção

Aula expositiva dialogada.
Quadro e pilot.
Avaliação formativa em forma de exercício.
1. mostrar que as palavras mudam a classe gramatical em função do contexto e até do cotexto.
10.Estudo de casos.

Aula expositiva dialogada.
Trecho da página 198 do livro Redação com base na Linguística (e não na Gramática).
Avaliação formativa em forma de exercício.[2]
1.      Distinguir frase de não frase;
2.      exemplificar a frase afirmativa;
3.      definir e ilustrar a frase interrogativa;
4.      mostrar a frase exclamativa;
5.      estudar a frase negativa;
6.      examinar a frase optativa;
7.      estudar o uso dos sinais de pontuação;
8.      distinguir os sinais que encerram frases dos que não encerram.
11.Tipos de frase: afirmativa, negativa, interrogativa, exclamativa e optativa.

Aula expositiva dialogada.
Aparelho de som para a reprodução da música Inimigo, da banda brasiliense As Mercenárias.
Avaliação formativa oral em forma de maiêutica.
1.distinguir significado de sentido;
2.demonstrar que o significado é estático no dicionário (criado por Diderot?);
3.mostrar que o sentido é efeito da interação verbal;
4.mostrar que o sentido depende da escolha de palavras, que nunca é neutra;
5.distinguir a denotação da conotação;
6. exemplificar a metáfora e a metonímia;
7. expor e explicar os tipos de metáfora e os tipos de metonímia;
8. reconhecer a importância do contexto e de contexto na produção de sentidos;
9. distinguir os vocabulários ativo, passivo e ignoto.
12.Sentido denotativo e sentido conotativo; metáfora e metonímia.

Aula expositiva dialogada.
Cópias dos trechos inicias do romance O Guarani.

1.      analisar sinônimos e antônimos;
2.      reconhecer que não há sinônimos perfeitos;
3.      estudar hipônimos;
4.      examinar hiperônimos;
5.      examinar os quatro porquês.
13. Hiponímia, hiperonímia, sinonímia e antonímia; os quatro porquês.

Aula expositiva dialogada.
Quadro e pilot.
Avaliação formativa: adedonha.

Avaliação em forma de estudo de caso com os quatro porquês.
1.expor o conceito de implícito em oposição ao de explícito;
2. distinguir o pressuposto do subentendido.
14. Implícitos: o pressuposto e o subentendido.

Aula expositiva dialogada.
Quadro e pilot.
Avaliação formativa: exercícios.
1.expor a tipologia narração, que é um modo de organização textual, e seus elementos: tempo, espaço, personagens e enredo;
2. distinguir a história real da ficcional com base em princípios teóricos, como o uso de testemunhas, gravações, documentos, etc.;
3.examinar notícias, relatos, crônicas, contos e reportagens.
15. Tipologias e gêneros textuais: a narração: relatos, notícias, reportagens, contos e romances.

Aula expositiva dialogada.
Aparelhos audiovisuais para a exibição de filmes.

Cópias de uma resenha do romance Harry Potter e a Pedra Filosofal.
Avaliações formativas:
1.questionário;
2.produção de textos narrativos.

Avaliação formativa oral: maiêutica iniciada com a seguinte provocação: quando um cão morde uma pessoa, não há notícia.


1. expor a tipologia argumentação, que é um modo de organização textual, e seus elementos: introdução (com tese), desenvolvimento (com argumentos) e conclusão (com retomada da tese e proposta de intervenção ou solução);
2. mostrar as diferenças entre assunto e tema;
3. distinguir a tese, uma opinião fundamentada (a que tem um porquê) da opinião e dos preconceitos.
16. Tipologias e gêneros textuais: a argumentação: o artigo de opinião e a prova de Redação do Enem.

Aula expositiva dialogada.
Quadro e pilot.
Avaliação formativa: exercícios.
Revisão para a avaliação somativa trimestral.
Avaliação somativa trimestral.
Recuperação paralela.
Recuperação trimestral.

Recuperação final.

Observações:

1ª Observação: É indispensável que, durante o emprego da maiêutica, o professor pergunte aos alunos qual palavra entre o início e o fim de uma frase é verbo. Em caso de dúvidas dos alunos, deve propor que tentem conjugar nomes, tais como as palavras cadeira, mesa e chão. Não faz sentido dizer “eu cadeira, tu cadeira, ele cadeira”, mas é lógico dizer “eu cheguei, tu chegaste, ele chegou”. Esse teste é a prova cabal: dissipa quaisquer dúvidas. Todos os alunos precisam reconhecer o verbo; do contrário, continuarão chegando ao ensino médio (e talvez ao ensino superior) sem que saibam conscientemente o que é essa classe gramatical.

2ª observação: As coerências interna e externa de qualquer texto vêm a reboque; os diferentes tipos de coesão também.
3ª observação: Pretende-se que cada aula seja dividida em cinco partes:
1ª parte: revisão do conteúdo da aula anterior;
2ª parte: lançamento do conteúdo novo da aula;
3ª parte: explicação e exemplificação do conteúdo novo;
4ª parte: fixação da matéria por meio de exercícios;
5ª parte: dúvidas dos alunos.


4ª observação: Os pressupostos teóricos abaixo presidem à metodologia e aos procedimentos de ensino deste plano:




Os três tipos de conteúdo

conteúdos atitudinais: são os valores que o aluno constrói e carrega, tais como: respeito para com todos os que estão ao seu redor, respeito à autoridade e à instituição escolares e respeito ao patrimônio;
conteúdos procedimentais: são um conjunto de habilidades, como folhear o índice de um livro ou consultar um dicionário (e não apenas o Google);
conteúdos conceituais: são os conteúdos específicos das diferentes disciplinas.

Os tipos de conteúdo podem se unir: Numa aula de Português, por exemplo, eu posso dizer que não há apenas uma forma de dizer determinada frase, que varia de acordo com vários fatores, dos quais um é o nível de formalidade. A partir disso, eu poderia deixar claro que não há apenas um modelo linguístico correto ou superior aos outros. Dessa forma, eu desenvolveria não apenas um conteúdo específico da disciplina, mas também um valor, isto é: um conteúdo atitudinal. Este, por sua vez, poderia gerar outro: os alunos deixariam de zombar de um colega que tivesse sotaque.
O grande desafio hoje é desenvolver conteúdos atitudinais. Sem eles, os alunos não vão folhear livros, não vão valorizá-los e consequentemente não vão desenvolver os outros dois tipos de conteúdo. Detalhe: os conteúdos atitudinais dizem respeito à ideologia, que não é vista como tal e que está ligada ao currículo oculto.

Os três tipos de avaliação

avaliação diagnóstica: é uma avaliação de sondagem. Não saber, assim como o próprio saber, não é uma doença. Tenta averiguar o que o aluno sabe, o que não sabe, o que é capaz de fazer em prova e se já tem pré-requisitos para as matérias do novo ano escolar, o que se coaduna bem com dois conceitos: o de zona de desenvolvimento proximal, que é formada pelo que o aluno não sabe, mas já é capaz de aprender por já ter os pré-requisitos; e o conceito de zona de desenvolvimento real, formada pelo que o aluno realmente já sabe ou já é capaz de fazer. Tais zonas são taxinomias de Lev Semyonovich Vygotsky, uma das tantas e tantas inteligências que a Rússia, minha segunda pátria-mãe, forneceu ao mundo. Um exemplo: quando uma criança sabe somar, diminuir e multiplicar bem, tais habilidades, devidamente cristalizadas, compõem a zona de desenvolvimento real; a divisão, por sua vez, está na zona de desenvolvimento potencial.
avaliação formativa: É usada para construir ou formar o conhecimento. Todas as atividades em sala são avaliações formativas. Seu objetivo não é proporcionar nota, mas sim fazer com que o aluno expanda a zona de desenvolvimento real. Está diretamente ligada ao método e, consequentemente, à metodologia de ensino.
avaliação somativa: Seu compromisso não é com o conhecimento, mas sim com atribuição e soma de notas.

Referências[3]:

ABRAÇADO, Jussara; AMORIM, Carmelita Minelio da Silva; ROCHA, Lúcia Helena Peyroton da.  “Aula 1 – Nossa língua normal: por um ensino de língua portuguesa centrado no uso”. Linguística IV. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2016.

AMORIM, Monika Benttenmüller; GONÇALVES, José Carlos.  “Aula 1 – Português: Nossa Língua Materna?”. Português VIII.  Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2016.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires.  Filosofando: Introdução à Filosofia.  São Paulo: Moderna, 1986.

BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz.

______. Não é errado falar assim! Em defesa do português brasileiro.

BAKHTIN, Mikhail. “Os gêneros do discurso”. In: ______. Estética da Criação Verbal.

BARROS, Aidil Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza.  Fundamentos de Metodologia.  São Paulo: McGraw-Hill, 1986.

BIAR, Liana; PINNA, Rafael; RABIN, Bruno.  Pré-Vestibular Social: redação (v. 1).  4. ed. revisada.  Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2014.

BECHARA, Evanildo.  Moderna Gramática Portuguesa.  37 ed.  Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar.  Português: Linguagens: v. 3.  7. ed reform.  São Paulo: Saraiva, 2010.

CINTRA, Lindley; CUNHA, Celso.  Nova Gramática do português contemporâneo.  5. ed. 7ª reimpressão.  Rio de Janeiro: Lexicon, 2008.

FERREIRA, Marina; PELLEGRINI, Tânia.  Redação, palavra e arte.  São Paulo: Atual, 1999.

FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar Gramática.

FLORENTINO, Adilson; MARTINS, Angela M. Souza; CARINO, Jonaedson; SÁ, Marcia Souto Maior Mourão; SILVA, Marco; THOMAZ, Sueli Barbosa; WILKE, Valéria. Fundamentos da Educação I. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2008.

Inep.  A redação no Enem 2013: Guia do participante.  Brasília: 2013. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/enem/sobre-o-enem>. Acesso em: 2015.

KENEDY, Eduardo; LIMA, Ricardo. Linguística II. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2012.

LINS, Ronaldo Lima. O livro e seus algozes: razões da desrazão. Rio de Janeiro: Mauad X, 2017.

MAGALHÃES, Diógenes.  Redação com base na Linguística (e não na Gramática).  10. ed.  Rio de Janeiro: Edições Coisa Nossa, 2008.

______. Língua, Linguagem, Linguística.... Rio de Janeiro: Edições Coisa Nossa, 1995.

MONNERAT, Rosane; VIEGAS, Ilana Rebello.  Português I (vol. 2). 1. ed.  Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2012.

MEDEIROS, Vanise; SOUSA, Silvia Maria de.  Linguística I (vol. 1).  Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2012.

ORLANDI, Eni Pulcinelli.  O que é Linguística. 7. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.

______. Discurso e leitura.

PASSOS, Alexandre. A arte de pontuar. 3. ed. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti editores, 1953.

RODRIGUES, Gerson (da UFRRJ).  “Aula 2: Os gêneros e os modos de organização do discurso”. In: ______ et al. Português VI. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2014.

SANTOS, Ana Lúcia Cardoso; GRUMBACH, Gilda Maria. Didática para Licenciatura: Subsídios para a Prática de Ensino (v. 1 e v. 2). 2. ed e 3. ed. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2012.

SAUSSURE, Ferdinand.  Curso de Linguística Geral. Trad. Antônio Chelini, José Paulo Paes e Izidoro Blikstein. 20. ed.  São Paulo: Cultrix, 1995.

TEIXEIRA, Flávia A. R.. Aula 2: Gêneros Textuais. In: ______ et al. Língua estrangeira: inglês instrumental. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2015.



[1] Pesquisar a instrução programada e sua relação com o sintagma:

A fraqueza
A vergonhosa fraqueza
A vergonhosa fraqueza humana
A muito (ou mui) vergonhosa fraqueza humana
A muito (ou mui vergonhosa fraqueza humana da covardia

[2] Alguns casos:

Amanhecer é coisa comum.
O amanhecer é bonito.
Circular pela sala não é bom.
A mesa é quadrada, e não circular.

[3] Sujeitas a alterações. A ciência sempre avança.

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